EUA prometem proteger a infraestrutura crítica da Ucrânia contra ataques cibernéticos no acordo de segurança “mais poderoso”

OS PRESIDENTES JOE BIDEN E VOLODYMYR ZELENSKY ANUNCIAM UM ACORDO DE SEGURANÇA EM 13 DE JUNHO. CRÉDITO: PRESIDENTE DA UCRÂNIA

A Ucrânia assinou um acordo de segurança há muito aguardado com os EUA que visa reforçar as defesas de Kiev contra os invasores russos, inclusive no ciberespaço.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, descreveu o novo acordo como “o mais poderoso” que o país já assinou.

O acordo promete fornecer apoio humanitário, militar e cibernético a Kiev durante a próxima década. É também “uma parte fundamental da ponte da Ucrânia para a adesão à NATO”, de acordo com uma declaração da Casa Branca na quinta-feira.

A Ucrânia já assinou acordos bilaterais semelhantes com 17 países, incluindo o Reino Unido, Alemanha, França, Canadá e Japão, e prepara-se para assinar mais 10, segundo Zelensky.

Os acordos baseiam-se num compromisso assumido pelos países do Grupo dos Sete (G7) em Julho passado, que inclui assistência para ajudar a Ucrânia a proteger as suas redes contra ataques cibernéticos e a combater a desinformação.

Os EUA concordaram em ajudar a Ucrânia a fortalecer a defesa cibernética de sua infraestrutura crítica, incluindo instalações de energia e serviços governamentais, a fim de combater ameaças da Rússia e de outros atores hostis, estatais e não estatais.

“Ambos os países comprometem-se a trabalhar em conjunto para melhorar a capacidade da Ucrânia de detectar e eliminar invasões [cibernéticas], inclusive através do uso da assistência técnica dos EUA”, afirma o acordo.

A ajuda dos EUA, de acordo com o acordo, também inclui medidas para ajudar a Ucrânia a combater a desinformação e a propaganda russa, mas não especificou como seria implementada.

O novo acordo de segurança foi assinado quinta-feira à margem da cimeira do G7 em Itália, mas era discutido pelo menos desde agosto do ano anterior.

O vice-chefe do Serviço de Comunicações Especiais e Proteção de Informações (SSSCIP) da Ucrânia, Oleksandr Potii, disse ao Recorded Future News, à margem da conferência de segurança cibernética CyCon, na Estônia, em maio, que o acordo estava em estágio final, pois os EUA estavam “abordando escrupulosamente a redação”.

Potii disse que os acordos bilaterais de segurança são importantes para a Ucrânia, uma vez que garantem o apoio a longo prazo dos parceiros, mesmo após o fim da guerra.

Washington é o maior aliado de Kiev e forneceu um total de US$ 175 bilhões em ajuda desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.

“O acordo promove o nosso objectivo de uma Ucrânia segura, soberana e independente, integrada na comunidade euro-atlântica e militarmente capaz de derrotar a agressão russa agora e dissuadi-la no futuro”, afirmou o Departamento de Estado dos EUA.