Renner fica com site fora do ar, após sofrer ataque cibernético
Rede afirma que maior parte das operações já foram restabelecidas e que principais bancos de dados permanecem preservados
SÃO PAULO – A Lojas Renner (LREN3) ficou com seu site fora do ar na tarde desta quinta-feira (19), e continua assim até às 18h10. Isso porque um ataque cibernético derrubou parte dos sistemas da rede.
Em comunicado, a Lojas Renner afirmou que “sofreu um ataque cibernético criminoso em seu ambiente de tecnologia da informação, que resultou em indisponibilidade em parte de seus sistemas e operação e prontamente acionou seus protocolos de controle e segurança para bloquear o ataque e minimizar eventuais impactos. Neste momento, a companhia atua de forma diligente e com foco para mitigar os efeitos causados, com a maior parte das operações já restabelecidas e tendo sido verificado que os principais bancos de dados permanecem preservados. Cabe ressaltar que em nenhum momento as lojas físicas tiveram suas atividades interrompidas. A companhia ressalta ainda que faz uso de tecnologias e padrões rígidos de segurança, e continuará aprimorando sua infraestrutura para incorporar cada vez mais protocolos de proteção de dados e sistemas. A companhia manterá o mercado informado de qualquer informação relevante relacionada a este evento, e informará as autoridades competentes nos próximos dias.”
A ação LREN3 fechou o dia em alta de 1,15%, cotada a R$ 39,45. Porém, o papel no after market cai 1,90% às 18h10 desta quinta, cotado a R$ 38,70.
O ataque cibernético teria sido um ransomware, segundo fontes de mercado. A Lojas Renner não confirmou a informação.
O ransonware é um sequestro de dados em troca de resgate. Os hackers acessam sistemas críticos, os bloqueiam por meio de um software malicioso e exigem valores financeiros das vítimas em troca da volta dos sistemas. O vazamento de dados pode ser uma consequência de um ataque ransomware, caso a empresa opte por não pagar.
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A Avast, empresa de segurança e privacidade digital, disse em estudo recente que a probabilidade de um usuário corporativo no país encontrar qualquer tipo de malware para computador é de 17,52%. “Em geral, a taxa de risco de empresas que se deparam com ataques de malware aumentou em todo o mundo”, afirmou em nota para a imprensa Michal Salat, diretor de inteligência de ameaças da Avast. “Observamos um aumento do abuso do protocolo de área de trabalho remota e, especificamente, vimos os ataques de ransomware se tornarem mais prevalentes.”
Segundo a empresa de segurança digital Sonic Wall, os ataques de ransomware aumentaram 62% no país em 2020, na comparação com o ano anterior. Foram mais de 3,8 milhões de ataques da ransomware bem-sucedidos no último ano. O Brasil é o nono país do mundo com maior registro desse tipo de golpe. Dados da Fortinet, empresa de soluções de segurança cibernética, revelam que o Brasil sofreu mais de 3,2 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos só no primeiro trimestre de 2021.